sábado, 14 de outubro de 2017

Você existe

Sabe, tomar distância tem suas vantagens, nos ajuda a enxergar melhor algumas coisas, nos entender, repensar. Eu gosto muito de você, gosto mesmo, pra valer e nessa brincadeira se vão quase 3 meses. É, não passou, é não era paixonite, é sério, mas de verdade o que isso importa? Não vou te ter! Nunca. E não é porque você tem alguém, ou porque você não me enxerga como mulher, é simplesmente pelo fato de que eu não vou lutar, porque eu não luto por homens, por amor, por um relacionamento e eu não te tiraria da sua vida para te oferecer menos do que você tem.

Tempos atrás, conversando com uma amiga, comentei sobre saber que por mais que eu gosto de você, não te terei, porque eu sei que não sirvo para isso, porque dentro de mim existe uma força que não me permite lutar, pois está tão preocupada com tudo que me rodeia, com tudo que depende de mim que simplesmente você acaba se tornando insignificante e por isso não tenho direito de gerar expectativas se não vou supri-las e essa minha amiga surpresa com a minha postura apenas me disse: que consciência!

Pois é, é exatamente isso, sou consciente que não posso te oferecer nada do que você mereça e nada do que qualquer ser humano normal deseja nessa fase da vida. Não posso te dar um relacionamento maduro e saudável, feliz e divertido porque não sei o que é isso, não sei como se faz. Não posso te dar romance, uma história, uma família, simplesmente porque sou uma ótima amiga e uma péssima namorada. Porque não luto pelo que quero, alias, eu não sei o que quero, porque dentro de mim algo me diz que eu não devo querer isso, porque não tem espaço na minha vida para isso e essa é a verdade, é assim que me sinto.

Tá, gostar de você tem seu lado bom, bom para minha autoestima, para eu ter algo pelo que suspirar, para ter um friozinho na barriga, mas é só isso, apenas um sonho, uma motivação, um motivo para sorrir, uma alegria passageira. E tem seu lado ruim, porque expos minhas  fraquezas, minhas fragilidades e me testou até o máximo para me dizer que isso não me pertence. Gostar de você trouxe a tona muita coisa ruim, e me fez ver aquilo que incomoda, que provoca dor, ainda assim, talvez eu ainda escolhesse ter vivido isso.

Você me faz feliz por existir, não quero nada além disso e talvez seja por isso que não consigo idealizar momentos ou desejar você como homem, porque no fundo sei que não quero isso, porque poderia quebrar esse encantamento que tenho por você: meu príncipe. Eu sei, sou estranha pra caramba, vai ver que demorei tempo demais para perder a virgindade e isso bagunçou minha cabeça ou vai ver que nem devia ter perdido, era melhor viver na ilusão a chegar nessa triste realidade, chegar aos 36 podendo contar nos dedos de uma mão a quantidade de vezes que fui pra cama com um homem e pior ter insistido em fazer isso com a mesma pessoa em periodos bem distintos de tempo, é burrice demais.

É fato, sou esquisita, acho que sempre fui só não conseguia entender isso, queria me encaixar, mas não tinha como, sou azeite na água, não me misturo. Eu posso sonhar, falar bobagem, mas fazer é uma coisa bem diferente. Eu queria que você soubesse, é às vezes penso nisso, mas aí lembro, vai saber para quê? Para acabar com a única coisa que nos aproxima? Então vou guardando, protegendo e me alimentando dele, para não fraquejar, já me machuquei muito esperando que me entendessem e no final era eu que não entendia. Eu sou o perigo, eu machuco as pessoas, então elas precisam ficar longe de mim, porque quando elas apostam, se ferem. Eu não correspondo as expectativas e eu não luto e hoje eu entendo que muitas vezes sofri por culpa minha, achando que tinha sido trocada, largada quando na verdade eu realmente tinha desistido de lutar, involuntariamente. Hoje, eu nem começo porque sei que não vai dar em nada, vou estragar tudo, para que dar falsas esperanças então?

Minha cabeça é uma confusão sem fim, eu sei, então deixa eu gostar de você aqui em silêncio, assim ninguém se machuca e você continua perto de mim, mas a uma distância segura, porque não me imagino sem você por perto, é você que hoje mantém meus pés no chão, sem saber, mas você me faz bem, só porque existe...

domingo, 1 de outubro de 2017

Estranho

É estranho ficar sem te ver... sim, esse pensamento é recorrente, sei que um dia se tornará permanente e em minha mente ensaio o discurso de despedida e momento de quem sabe revelar esse sentimento tolo que talvez ainda me acompanhe. Por enquanto sigo nas doses homeopaticas, para tentar me acostumar com o sabor amargo da tua ausência. 

Fiquei tempo sem escrever, mas não por não ter o que dizer, sempre tenho. E minha mente sempre traço parágrafos que logo se apagam por algum incêndio a ser resolvido. O sentimento é abafado, as palavras que dedico a ele também, exceto enquanto estou dirigindo e ouvindo aquelas músicas, que cada dia fazem mais sentido com esse sentimento.

Não nego mais, sei exatamente que existe algo muito forte dentro de mim, estou completamente envolvida, entregue, mas sinceramente não sei que nome dar, paixão, amor, não sei. O que  sei é que existe uma pureza, uma delicadeza, uma necessidade de fazer feliz, de ter por perto e de estar por perto, de fazer o bem, de cuidar e isso me apavora, porque se fosse carnal seria plenamente justificável, mas assim? Me assusta.

Estou sempre com saudades, sempre querendo mais, sempre tremendo na base quando você se aproxima, sempre tendo que ser comedida, controlada e neutra, isso é extremamente desgastante, mas é necessário, mais do que necessário, é a única opção. É ponto pacifico de que nada posso querer, até porque não tenho nada a oferecer e está fora de cogitação fazê-lo sofrer ou decepcioná-lo. Tenho para mim qual é o melhor que posso ter e é isso que deve perseguir, qualquer coisa diferente disso coloca tudo que é bom em risco, um risco que não estou disposta a correr.

Então por hora me deixe com a saudade e com meus pensamentos, para me renovar e oferecer uma versão melhorada de mim, afinal tenho uma missão a cumprir e quero realizá-la da melhor maneira possível, para então alcançar e merecer a única coisa possível de ser alcançada: sua admiração.

O buraco no peito

Há tempos que não escrevo, assim como há tempos não sentia o que senti: o buraco no meu peito abrindo! Enquanto escrevo e me recordo da dor ...