segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Sem final feliz

Devo estar entrando em TPM de novo... hoje a sensibilidade aflorou e os pensamentos que não deveriam mais estar na minha mente, passaram por aqui outra vez. Eu sei, não foi só hoje, hoje só pareceu mais forte. Desde sexta tem sido difícil e conviver com esse sentimento não é algo simples, dado as circunstâncias da sua existência. São tantas coisas contrárias e ainda assim, não desapeguei, mas irei, porque é preciso.

Estar perto de ti me conforta, mesmo que ao seu lado eu tenha que ser um cubo de gelo. E o que torna tudo mais díficil é o fato de que o afeto que sinto trouxe tantos sonhos e desejos para dentro do meu coração que não estou sabendo lidar com isso. Desde quando eu penso em casamento, em filhos, isso não faz parte de mim desde que um certo "melhor amigo" acabou com meu coração.

Tranquei todos esses sentimentos num buraco escuro e distante da minha mente para nunca mais olhar para eles, já que isso provocava muita dor. Com o tempo entendi que com a vida que eu levava não tinha o menor sentido ficar me iludindo com essas fantasias, elas não me pertenciam, esses sonhos idealizados não cabiam naquilo que eu havia me tornado. Foi aí que esse serzinho entrou na minha vida e virou tudo de cabeça para baixo.

É, eu me apaixonei, não sei como, não sei porque, simplesmente aconteceu e mesmo agora, com todos os impedimentos, o sentimento ainda está aqui, mesmo que não fale mais tanto dele, afinal tem mais de uma semana que não escrevo, o que não quer dizer que não pensei, não desejei estar perto, não me perdi sonhando acordada. Gosto dele mais do que minha cosciência permite. E o pior todo meu corpo gosta de estar perto dele, por mais inofensivas que sejam nossos contatos e conversas, meu corpo reage, meu corpo tem paz perto dele, às vezes coro, às vezes arrepio.

Redundando ficar dizendo que não está fácil, mas é a mais pura verdade. Sinto falta a todo momento e às vezes quando percebo me entristeço. Bate um desânimo, um pesar, porque não é natural gostar de quem não gosta da gente, é tortura, só que o sentimento está ai, então vou aguentar firme e em silêncio até o dia que nos afastarmos. Talvez seja amanhã, talvez daqui ha alguns anos. Talvez no meio do caminho ele se case e tenha filhos. E eu, mais uma vez serei uma espectadora da felicidade alheia.

Se um dia terei coragem de contar a verdade? Eu queria ter. Queria que no último momento juntos eu pudesse lhe dizer tudo que escondi durante todo esse tempo, então me sentindo liberta desse sentimento, viraria as costas e iria embora como se nada tivesse acontecido. Seria legal, mas particularmente esse tipo de atitude não é típica da minha pessoa.

Finais felizes, contos de fada, romance só existem nas minhas histórias, na minha vida real não tem nada disso não, aqui não sou nem mocinha nem vilã, sou figurante. Sempre fui tão romântica e para que, para absolutamente nada do que desejei e sonhei acontecesse. Sim, eu tive um grande amor, sim ele durou 10 anos e foi incrível, parecia coisa de novela, adolescência, separação, encontros, desencontros e de repente a descoberta de que o amor não acabou, pois é, o problema que a linda história virou meu pesadelo e acabou comigo, depois disso só deu merda.

Anos passaram e nunca mais consegui sentir algo por alguém convicta de que aquilo era o suficiente. Sempre fui reticente, egoísta, insegura, sempre na defensiva e sem me envolver, porque na verdade eu estava tentando, mas sem que isso fosse de coração, porque eu estava procurando mais, procurando aquilo que um dia eu tive e foi tirado de mim.

Eu sei que naquela situação foi melhor assim, depois de um tempo a gente entende, mesmo que seja difícil superar, sim, eu superei aquela história, mas eu fui quebrada, tudo que diz respeito ao coração nunca mais foi igual. Eu me encantei, me interessei, mas amor, não mesmo. Amor para mim é abnegação, é pureza, é cuidado, não é carnal, é diferente. E no momento que estou agora tenho certeza disso, porque eu não sinto desejo, eu sinto carinho, preocupação, cuidado e o meu mundo se resume a seu sorriso.

Já me perguntaram se não era uma apaixonite... quem dera que fosse porque já teria ido embora no primeiro obstáculo, alias são tantos que nem teria começado. De verdade é mais profundo, mas precisa morrer, não pode criar raiz pois meu coração não é terra fértil para que possa germinar, sou quebrada e mesmo que eu gosto dele, nunca poderia fazê-lo feliz, mesmo que ele me quisesse, porque só magoo as pessoas que estão próximas a mim. Então melhor que eu sinta tudo isso sozinha, aí não machuco ninguém.


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Sem saída

Nem sei descrever como estou me sentindo, mas é quase como se estivesse de luto, tamanho o sentimento de pesar, de desalento. Talvez de alguma forma seja. Sempre soube que não existia a menor chance para mim, que era um sentimento que nascia sozinho, que nunca seria correspondido, mas quando as coisas se materializam parece que fica mais difícil lidar.

Vinha falando o quanto isso seria difícil justamente porque acabava com minha ilusão, minha fantasia. Era isso que me alimentava, que me aquecia o peito e de alguma forma me deixava feliz e agora não tenho mais isso, porque fui trazida a realidade que sempre esteve ali, mas que eu ignorei o quanto pude: o caminho está fechado para mim e pelos piores motivos.

Depois da revelação, vê-lo a primeira vez foi o mais impactante, segurar as lágrimas fora de controle me fez perceber que não tenho nada de forte, porque fui consumida pela tristeza e assim que me sinto agora, sem forças, fisicamente abatida e não vendo saída. A alegria que senti no momento que antecedeu a confirmação foi completamente soterrada pelo que estou sentindo agora. Eu sei, não vejo um caminho agora, mas uma hora verei, mesmo que demore um pouco, como sempre tenho que me curar sozinha, eu entro nos rolos sozinha e devo sair deles sozinha também, é o jeito, mas nesse momento eu só queria um ombro para chorar, ou um canto escuro para ficar sozinha e esquecer que tudo isso aconteceu.

A certeza que fica é que vai passar e esse sentimento vai voltar pelo mesmo caminho que ele veio e tudo vai voltar a ser como antes. Vou voltar a ser sem graça, apagada e comum, e vou fazer as coisas como sempre fiz, vou sorrir menos, vou sentir menos meu coração e vou ser simplesmente racional, explosiva, teimosa e chata. Ter você no meu coração me fez ser uma pessoa melhor, mais comedida, alegre, mesmo sem ter nada de você, apenas este sentimento, mas agora terei que deixá-lo ir embora.

Deixo de consolo as palavras do meu amigo: "Tudo acontece por um motivo!", talvez isso tenha sido uma forma de me fazer acordar para algo em mim que estava adormecido. Pode ser, talvez tenha sido para recuperar minha autoestima, para me sentir viva. Por hora, perdi tudo isso, preciso me recompor, colocar a cabeça no lugar e então, vestir aquela roupa, calçar um salto e arrasar, para que esse sentimento não arrase ainda mais comigo!

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Distante...

Estou longe de casa e estou longe de você. Alias, longe de você estou sempre ultimamente e isso me incomoda mais do que eu gostaria. Apenas pensar em você que te deixa mais perto do meu coração, ao mesmo tempo que me chateia, magoa e perturba. No meu breve cochilo na viagem, adormeci com você no pensamento e quando acordei me dei conta do quanto estou incomodada com algumas coisas e que não posso fazer nada.

Minhas dúvidas, ansiedades persistem. Meu peito dói, sinto falta de ficar perto. Não vejo mais teu sorriso e isso me tira a pouco esperança que tenho. Achava que provocar com minha auto estima era só uma brincadeira, sem perceber que possivelmente já existia algo dentro de mim e só eu não tinha visto. Como diz meu amigo... "essas coisas que começam com briga...". Fico rindo sozinha ao lembrar.

Queria te dizer tantas coisas e saber tantas outras de você. Queria ser o motivo do seu sorriso. Só queria ficar perto o máximo de tempo possível. Não conhecia mais sentimento assim, sem efetivamente um cunho sexual como vinha acontecendo, esse é um sentimento tranquilo, de paz, de carinho, de delicadeza e acho que é por isso que mexe tanto comigo, porque apesar de doer é bom, me alimenta, me faz sentir bem, como se tivesse despertado a pessoa romântica que sempre habitou dentro de mim e que achei ter morrido sufocada em tanta bobagem, ignorância e decepção.

Eu ainda não tenho um nome para esse sentimento, na verdade não sei se preciso ter, só sei que ele está aqui e como diz meu amigo pelo jeito vai continuar por algum tempo. Eu queria que ele tivesse vindo para ficar, mas não apenas em mim, que fosse além, que nascesse e crescesse em seu peito também, queria verdadeiramente viver algo de coração, me envolver, me entregar, talvez enfim eu pudesse fazer dar certo, enfim, quem sabe, eu estaria realmente envolvida.

Aí tenho dias como hoje, que está tudo bem, estou feliz, até receber uma notícia que me derruba outra vez. Difícil pensar em ficar longe de você, muito difícil e pensar nessa possibilidade, saber que em alguma momento ela irá se concretizar me angustia. Faz poucas horas que estive com você e já sinto saudades imagina ficar tanto tempo assim, será insuportável.

Estou ficando redundante em falar de saudade, eu sei, mas estar perto, te ver de longe e coisas assim são as únicas coisas que tenho de você, então ficar sem isso também me incomoda. E esse medo de confirmar que você tem uma pessoa, ah isso me tortura...

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Quando chega a noite...

Aí a noite, quando escurece, quando tenho uns minutos sozinha comigo mesma. Estaciono o carro, inclino o acento e enquanto tocam Aquelas músicas, me pego a pensar em você. Eu confesso, pensei menos no final de semana, mas aqueles breves momentos em que minha mente não estava pensando em nada, estava relaxada, eu pensava em você e em alguns desses momentos, chorei. Chorei de tristeza, de incapacidade, de solidão. Houve momentos em que o sono não veio, mas foi pensar em você que adormeci. O que você fez comigo?

Tenho tantas perguntas sem resposta, tantas lágrimas sufocando meu peito, tantos olhares que gostaria de dedicar apenas a você, mas não, não é permitido. Espero e desejo teu toque, mesmo que involuntário, compartilho sorrisos pelos motivos errados, tudo para me manter firme, irrepreensível e impassível, para manter a postura, a retidão, mesmo que dentro eu esteja gritando, esbravejando contra esse sentimento que me tirou o chão. E aí chega a noite e tudo que evitei pensar durante o dia inteiro reaparece com mais força.

Queria que quando nossos olhares se cruzassem, por um momento você enxergasse toda a angústia e o vazio que me consomem. Queria que ao me tocar sentisse como meu corpo estremesse e vacila, mas isso não vai acontecer e sabe por quê? Porque você nunca me verá como uma mulher e sinto muito. Apesar disso, vez ou outra tenho a inacreditável sensação que de repente vou te encontrar ou você vai aparecer aonde estou e que uma conversa de verdade se tornaria possível.

Hoje me veio a mente o dia em que você for embora, porque sim, um dia isso acontecerá. Pode demorar um tempo, mas acontecerá. E eu chorei pensando em mim te vendo partir e guardando o sentimento comigo mais uma vez. Na verdade eu fui além, no meu pensamento eu diria a verdade guardada por tanto tempo, mas sei que isso não é da minha natureza, porque não sei lidar com a rejeição. Para mim não existe outra possibilidade do que essa, é 100%.

Às vezes quero acreditar que durante nossas trocas de ideias você se concentra mais em mim do que em outras pessoas, é uma doce enganação, eu sei. Confesso que quando isso acontece, manter a compostura é heroico e me esconder assim é quase desumano, mas é necessário, porque como disse rejeição não é o meu forte, me deixa vulnerável e transparente e isso é a última coisa que posso ser agora.

Além do mais, devo considerar um outro fato: o de que você não é sozinho. Vamos ser sinceros, você não é o tipo de homem que figuraria solitário, dando sopa por ai, não mesmo. Você é do tipo que me encanta, mas não posso dizer o mesmo de mim. Você é do tipo que aparece para bagunçar a cabeça de pessoas como eu que ao te conhecerem entendem que existe caras legais, mas eles não são para você. Eu sei que você tem alguém, mas tenho medo da certeza. Ridículo não? Bom, na maioria das vezes, quando o negócio é sentimento sou ridícula, isso é um fato, mas tenho medo, fazer o que? Tornar esse fato real me impede de sonhar e me iludir, porque hoje vivo na ignorância, e sonhos e ilusão são a única coisa que tenho de você, se isso se for não terei mais nada para me fazer companhia quando você não estiver por perto.

E hoje nos meus muitos momentos de divagação, me lembrei que pedi alguém como você. Agora o que adianta, se não está disponivel? Hoje será mais uma noite que vou dormir com você no pensamento, ansiando pelo momento de te encontrar outra vez... já estou com saudades do seu sorriso...


quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Desalento...

Desalento, melancolia, isolamento é assim que tem se resumido os sentimentos dentro dos meus dias, que às vezes começam melhores, outras nem tanto, mas aí terminam bem. O problema é que eles acabam e com ele vem uma chuva de sentimentos, entre eles o predominante é o medo. O medo de ser descoberta, de falar ou fazer bobagem, de permitir que minha guerra interior transpareça.
Há tanta confusão dentro de mim. A delícia de estar perto com a tristeza de saber que aquele momento é o máximo que posso ter. Me contentar com um sorriso, com conversas pontuais, quando há tanto desejo de oferecer carinho dentro de mim, de me permitir, de deixar transbordar. Não, eu não posso, e não devo. Não está disponível nem ao meu alcance. E eu preciso me colocar no meu lugar. 

Não, eu ainda não tenho nome para isso. Não, ainda não passou, pelo contrário, continua aumentando e ao mesmo tempo que esse sentimento me aquece e me faz companhia, também me maltrata e me deprime. Sinto saudades o tempo inteiro, penso o tempo inteiro e tenho medo o tempo inteiro. É uma luta diária para me manter firme, centrada, objetiva, controlando gestos, olhares, sufocando suspiros, sufocando o desejo de ficar perto por mais tempo, para contemplar seu sorriso, para decorar cada traço do seu rosto, desejando um simples toque, mesmo que involuntário. Seu sorriso em particular me desconserta.

E assim eu vou seguindo, um dia de cada vez, tentando me manter equilibrada, mesmo que por dentro esteja em pedaços. Tentando manter a cabeça erguida e uma expressão neutra enquanto por dentro estou em prantos. Ninguém pode fazer nada por mim afinal, apenas eu mesma e a única coisa que tenho e devo fazer é esquecer é não deixar que isso se torne o centro da minha vida, apesar de já ter virado. Não posso, não quero e não devo precisar, acima de tudo este deve ser o meu lema, meu mantra, pois não devo esquecer que já entrei nesse jogo em desvantagem, já entrei sabendo o resultado da partida.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Repensando...

Minhas últimas semanas tem sido fora do comum, corridas, estressantes, nervosas, mais do que costumam ser e não sei porque depois de muito, mas muito tempo sem escrever senti necessidade. O Coração em Quadra que sempre foi meu xodó está a quase um mês fora do ar e os técnicos simplesmente não atendem meus apelos de ajuda e isso me deixou meio amargurada, pois ocorreu bem no dia em que tinha decido postar um texto lá, mas bem, acabou que sairei um pouco do cunho esportivo e falarei de mim.

Aqui é onde eu deveria registrar minhas memórias, minhas alegrias, minhas dúvidas, ser meu refúgio e algo para me lembrar de momentos que não voltarão mais. Entretanto sempre ficou em segundo plano quando o assunto era basquete. Para o basquete eu sempre tinha palavras, para mim, raramente, porque minha vida estava refletida nele e bem, agora estou sendo forçada a viver sem esse pedaço tão importante que é o basquete na minha vida e até que acho que estou me virando bem, até que me deparo com alguma notícia que me incomoda, com uma foto e acabo caindo em nostalgia.

Os caminhos me levaram de volta a Jaraguá do Sul e isso me trouxe algo que me desequilibrou por um breve momento, mas também aqueceu meu coração, pois foi essa cidade e não a minha natal que viu crescer um dos maiores amores que já tive na vida: o basquete e andar por aquelas ruas, trouxe para mim tudo que eu tinha de mais valioso, sábio e genuíno, e que agora paira entre o irreal e a lembrança.

Porém, como quando o basquete entrou na minha vida, para me tirar da escuridão e da tristeza, assim Deus colocou objetivos e situações para ocupar minha cabeça. De repente me vi dedicada ao trabalho, ou melhor, comprometida com o trabalho de uma forma que eu não esperava. O trabalho acabou por me colocar em situações que efetivamente eu não imaginaria ser possível e talvez a maior delas até o momento foi essa semana, quando meu chefe maior, a quem nunca havia me reportado em situações de trabalho, resolve me mandar numa viagem.

Bom, o que haveria de mais, tantas pessoas que trabalham em grandes empresas, ou são grandes executivos, coisas assim estão acostumados com isso, mas bem, eu não estou, porque sempre fui apenas a Contadora e nas horas apropriadas também a Coordenadora Contábil. Mas tudo bem, a última semana deixou muitas coisas claras em relação a isso e que com certeza não serei mais tão ingenua para deixar me consumir.

A viagem em si fora uma grande oportunidade, mas para alcançá-la eu precisava enfrentar um medo: o de voar. Somando ida e volta deve ter dado cerca de 5 horas de voo e para uma pessoa que cinco minutos já eram tempo suficiente dentro de uma cilindro de metal, 5 horas eram uma tortura. Mas bem, levando em consideração que estou aqui para falar sobre o assunto significa que retornei, viva ao menos, saudável eu já não sei.





Noite passada, de repente parei para pensar, que entre tantas coisas que não tenho feito, escrever é a que mais me perturba. Nunca soube se realmente fazia isso bem, mas me fazia bem, e me pergunto agora não faz mais? sim, porque simplesmente não conto nada faz tempo e isso não significa que não tem acontecido nada na minha vida, na verdade, tem acontecido muitas coisas, mas compartilhar tem ficado em último plano.

Outro dia li que a tristeza é um ótimo combustível para a inspiração, bom, eu que o diga, porque as melhores coisas que escrevi há alguns anos atrás foram motivadas pela dor que corroia meu peito. A dor foi embora e de repente parei de escrever, parei de me importar, que droga não sei escrever feliz? Não sei precisar disso quando estou com um sorriso nos lábios? Na boa, prefiro aprender a compartilhar as coisas boas, do que me sentir arrasada outra vez para precisar das palavras para desabafar porque não tenho com quem conversar.

Eu não tenho saudade da dor, não mesmo, do que tenho saudade é da forma como eu reagia a ela, ignorando o tempo, espaço, sono, cansaço, eu simplesmente fazia, como agora. E isso era tudo. Bom, então hoje eu recebi uma dose, uma pequena demonstração de que preciso seguir em frente fazendo o que tanto gosto, que é escrever, me comunicar, afinal foi assim que cheguei até aqui, não seria ninguém nesse universo maravilhoso da bola laranja se não escrevendo.

Depois de um comentário que vi no Facebook ontem a noite mudei tudo que havia programado para o dia de hoje, qualquer coisa teria que ficar em segundo plano porque algo dentro de mim gritava dizendo que eu precisava estar em um determinado lugar. Hoje pela manhã uma nova mensagem, eu não estava sonhando, estava realmente acontecendo. Foi o tempo de embarcar no carro e se jogar.

Quase duas horas de uma espera infindável. Não foi uma sensação nova, na verdade a senti várias vezes neste ano, mas havia tempo que não a sentia. O coração transbordando de uma impaciência, uma angústia, uma necessidade inexplicável e de repente meus olhos o avistaram. Com lágrimas nos olhos (como agora lembrando daquele momento) apenas consegui dizer: - Mãe, ele chegou!

Antes de continuar, vamos voltar um pouco no tempo, o que li ontem é que hoje aconteceria o Mc Dia Feliz e Shilton estava vindo para Joinville participar. Para mim isso já era motivo suficiente para ir até o shopping, mas para minha surpresa a emoção reservada não se resumia a essa presença ilustre. Enquanto aguardávamos, de repente vi passar um tropa de "grandes" meninos. Sorriso atravessando o rosto com o sonoro: "- Os meninos também estão aqui!". Lógico, não parou por aí. Pouco antes de Shilton aparecer, eu olhava na direção do restaurante quando alguém me chamou atenção, virei para o lado e sem decidir se era uma pergunta ou uma afirmação pronunciei: "- É o Neto!?"

Naquele momento eu revivi uma infinidade de lembranças e nesse turbilhão percebi a chegada de Shilton. Eu tentei me conter, mas no fundo eu acho que nem queria, porque tentar esconder o que estava sentindo seria o mesmo que tentar ignorar quem ou o que sou: uma manteiga derretida! Mas sua chegada foi o momento para me aproximar de todos, como uma última ajudinha na aproximação para que eu não me sentisse perdida, deslocada ou envergonhada.

Cumprimentamos a todos, conversamos e no momento da partida, Neto pediu que agradecemos a todos por todo apoio que a equipe não teria chegado aonde chegou com ele a frente se não estivessemos juntos. E isso nos deixa um legado de continuidade e trabalho, torcendo, apoiando, incentivando e acreditando, enquanto houver atletas vestindo e representando nossa cidade. Nosso lugar é sempre será lá, junto de nossos atletas sejam eles quem forem, já são especiais para nós apenas pelo fato de estarem aqui.  Aos que infelizmente seguiram caminhos diferentes fica o nosso desejo de sucesso sempre e um amor enorme dentro do coração.

Aquele momento terminou com todos partindo enfim e eu tentando parar de pensar em tudo aquilo para conseguir conter as lágrimas. E ainda agora, enquanto escrevia fui ver qual tinha sido a última coisa que escrevi, fora justamente a despedida para Shilton, mais lágrimas e a certeza absoluta de que tudo que escrevi é a mais pura verdade.

Agora é olhar para frente, porque começou a temporada minha gente, a emoção está apenas começando.

De repente 16...

Quando você encontra o que não estava procurando? Quando tudo que era líquido e certo cai por terra? E quando você descobre que dentro de um ser forte e bem resolvido existe alguém frágil escondido? Foi com essas perguntas que fiquei divagando esta manhã, amparada no comentário de um amigo, sim amigo, no masculino, que novidade hein, que me disse: Te começo a 6 anos e nunca te vi assim! Isso me colocou para pensar e talvez tenha me trazido mais dúvidas: agora estou sendo realmente eu ou eu regredi?

Meu amigo tinha razão com a sua colocação, no tempo que nos conhecemos ninguém me tirou do eixo como agora e me pegou tão de surpresa que simplesmente não sei como lidar com isso porque tem tempo demais que não vivo algo parecido. Ele reconheceu que sempre fui determinada no que queria, no que definia como ideal para minha vida , mas eu mesma não contava com o fato de ser surpreendida, não contava que no meu caminho aquela pessoa que me tirou do sério, me chateou e que quis ver pelas costas de repente faz meu olho brilhar e meu coração bater.

Foi uma semana reveladora. Há uma semana meu coração ficou descompassado, uma dúvida, uma angústia começaram a tomar conta de mim e eu não conseguia decifrar o motivo: alguma coisa dentro de mim havia mudado e eu nem tinha me dado conta disso. Entrei em negação, era inconcebível sentir o que estava sentindo, só que já era tarde demais, a brincadeira ficou séria, existe um sentimento dentro de mim que não sei que nome dar, mas ele existe e cresce e povoou minha mente com pensamentos e desejos que não fazem parte de mim já tem um tempo.

A seriedade e dimensão do sentimento eu só constatei no momento que me dei conta que na sua presença me sinto em paz. Só tenho necessidade de ficar perto, de ver seu sorriso e o desejo incontrolável de não o decepcionar. Sua presença me conforta e me instiga a ser melhor, a controlar meus nervos, a ser ponderada, flexível e agradável. Não teu um desejo incontrolável ou sentimentos despertados por paixões, é simples, puro, singelo e acho que isso fecha com o fato de ter ouvido que meu olhar para ele é diferente: é um olhar de admiração. Pode-se dizer que esse é um dos sentimentos que tenho por ele e isso não faria mal a ninguém, o problema é o resto, com o qual não sei o que fazer.

Me sinto com 16 anos outra vez, cheia de dúvidas, inseguranças, medo e apesar de tudo isso sua presença é o suficiente para me arrancar um sorriso, acalmar meu coração e me fazer sentir bem. É um sentimento inapropriado, inoportuno e sem futuro. Assim como ao longo da minha vida encontrei a pessoa certa no momento errado, sempre chego tarde, encontro a pessoa em outra vibe que não a minha e acabo por não saber se algum dia seria capaz de estar na minha. O que posso fazer, essa é a minha cina: não ser correspondida ou não corresponder.

Enfim, só o tempo para tirar isso de mim, pois não há perspectivas nem esperanças, não há o que sonhar, esperar ou desejar, pois esse caso já está fadado ao insucesso e esse sentimento, seja ele quem for, terá que ir embora da mesma forma como chegou.



O buraco no peito

Há tempos que não escrevo, assim como há tempos não sentia o que senti: o buraco no meu peito abrindo! Enquanto escrevo e me recordo da dor ...