segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Noite passada, de repente parei para pensar, que entre tantas coisas que não tenho feito, escrever é a que mais me perturba. Nunca soube se realmente fazia isso bem, mas me fazia bem, e me pergunto agora não faz mais? sim, porque simplesmente não conto nada faz tempo e isso não significa que não tem acontecido nada na minha vida, na verdade, tem acontecido muitas coisas, mas compartilhar tem ficado em último plano.

Outro dia li que a tristeza é um ótimo combustível para a inspiração, bom, eu que o diga, porque as melhores coisas que escrevi há alguns anos atrás foram motivadas pela dor que corroia meu peito. A dor foi embora e de repente parei de escrever, parei de me importar, que droga não sei escrever feliz? Não sei precisar disso quando estou com um sorriso nos lábios? Na boa, prefiro aprender a compartilhar as coisas boas, do que me sentir arrasada outra vez para precisar das palavras para desabafar porque não tenho com quem conversar.

Eu não tenho saudade da dor, não mesmo, do que tenho saudade é da forma como eu reagia a ela, ignorando o tempo, espaço, sono, cansaço, eu simplesmente fazia, como agora. E isso era tudo. Bom, então hoje eu recebi uma dose, uma pequena demonstração de que preciso seguir em frente fazendo o que tanto gosto, que é escrever, me comunicar, afinal foi assim que cheguei até aqui, não seria ninguém nesse universo maravilhoso da bola laranja se não escrevendo.

Depois de um comentário que vi no Facebook ontem a noite mudei tudo que havia programado para o dia de hoje, qualquer coisa teria que ficar em segundo plano porque algo dentro de mim gritava dizendo que eu precisava estar em um determinado lugar. Hoje pela manhã uma nova mensagem, eu não estava sonhando, estava realmente acontecendo. Foi o tempo de embarcar no carro e se jogar.

Quase duas horas de uma espera infindável. Não foi uma sensação nova, na verdade a senti várias vezes neste ano, mas havia tempo que não a sentia. O coração transbordando de uma impaciência, uma angústia, uma necessidade inexplicável e de repente meus olhos o avistaram. Com lágrimas nos olhos (como agora lembrando daquele momento) apenas consegui dizer: - Mãe, ele chegou!

Antes de continuar, vamos voltar um pouco no tempo, o que li ontem é que hoje aconteceria o Mc Dia Feliz e Shilton estava vindo para Joinville participar. Para mim isso já era motivo suficiente para ir até o shopping, mas para minha surpresa a emoção reservada não se resumia a essa presença ilustre. Enquanto aguardávamos, de repente vi passar um tropa de "grandes" meninos. Sorriso atravessando o rosto com o sonoro: "- Os meninos também estão aqui!". Lógico, não parou por aí. Pouco antes de Shilton aparecer, eu olhava na direção do restaurante quando alguém me chamou atenção, virei para o lado e sem decidir se era uma pergunta ou uma afirmação pronunciei: "- É o Neto!?"

Naquele momento eu revivi uma infinidade de lembranças e nesse turbilhão percebi a chegada de Shilton. Eu tentei me conter, mas no fundo eu acho que nem queria, porque tentar esconder o que estava sentindo seria o mesmo que tentar ignorar quem ou o que sou: uma manteiga derretida! Mas sua chegada foi o momento para me aproximar de todos, como uma última ajudinha na aproximação para que eu não me sentisse perdida, deslocada ou envergonhada.

Cumprimentamos a todos, conversamos e no momento da partida, Neto pediu que agradecemos a todos por todo apoio que a equipe não teria chegado aonde chegou com ele a frente se não estivessemos juntos. E isso nos deixa um legado de continuidade e trabalho, torcendo, apoiando, incentivando e acreditando, enquanto houver atletas vestindo e representando nossa cidade. Nosso lugar é sempre será lá, junto de nossos atletas sejam eles quem forem, já são especiais para nós apenas pelo fato de estarem aqui.  Aos que infelizmente seguiram caminhos diferentes fica o nosso desejo de sucesso sempre e um amor enorme dentro do coração.

Aquele momento terminou com todos partindo enfim e eu tentando parar de pensar em tudo aquilo para conseguir conter as lágrimas. E ainda agora, enquanto escrevia fui ver qual tinha sido a última coisa que escrevi, fora justamente a despedida para Shilton, mais lágrimas e a certeza absoluta de que tudo que escrevi é a mais pura verdade.

Agora é olhar para frente, porque começou a temporada minha gente, a emoção está apenas começando.

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