segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Quando chega a noite...

Aí a noite, quando escurece, quando tenho uns minutos sozinha comigo mesma. Estaciono o carro, inclino o acento e enquanto tocam Aquelas músicas, me pego a pensar em você. Eu confesso, pensei menos no final de semana, mas aqueles breves momentos em que minha mente não estava pensando em nada, estava relaxada, eu pensava em você e em alguns desses momentos, chorei. Chorei de tristeza, de incapacidade, de solidão. Houve momentos em que o sono não veio, mas foi pensar em você que adormeci. O que você fez comigo?

Tenho tantas perguntas sem resposta, tantas lágrimas sufocando meu peito, tantos olhares que gostaria de dedicar apenas a você, mas não, não é permitido. Espero e desejo teu toque, mesmo que involuntário, compartilho sorrisos pelos motivos errados, tudo para me manter firme, irrepreensível e impassível, para manter a postura, a retidão, mesmo que dentro eu esteja gritando, esbravejando contra esse sentimento que me tirou o chão. E aí chega a noite e tudo que evitei pensar durante o dia inteiro reaparece com mais força.

Queria que quando nossos olhares se cruzassem, por um momento você enxergasse toda a angústia e o vazio que me consomem. Queria que ao me tocar sentisse como meu corpo estremesse e vacila, mas isso não vai acontecer e sabe por quê? Porque você nunca me verá como uma mulher e sinto muito. Apesar disso, vez ou outra tenho a inacreditável sensação que de repente vou te encontrar ou você vai aparecer aonde estou e que uma conversa de verdade se tornaria possível.

Hoje me veio a mente o dia em que você for embora, porque sim, um dia isso acontecerá. Pode demorar um tempo, mas acontecerá. E eu chorei pensando em mim te vendo partir e guardando o sentimento comigo mais uma vez. Na verdade eu fui além, no meu pensamento eu diria a verdade guardada por tanto tempo, mas sei que isso não é da minha natureza, porque não sei lidar com a rejeição. Para mim não existe outra possibilidade do que essa, é 100%.

Às vezes quero acreditar que durante nossas trocas de ideias você se concentra mais em mim do que em outras pessoas, é uma doce enganação, eu sei. Confesso que quando isso acontece, manter a compostura é heroico e me esconder assim é quase desumano, mas é necessário, porque como disse rejeição não é o meu forte, me deixa vulnerável e transparente e isso é a última coisa que posso ser agora.

Além do mais, devo considerar um outro fato: o de que você não é sozinho. Vamos ser sinceros, você não é o tipo de homem que figuraria solitário, dando sopa por ai, não mesmo. Você é do tipo que me encanta, mas não posso dizer o mesmo de mim. Você é do tipo que aparece para bagunçar a cabeça de pessoas como eu que ao te conhecerem entendem que existe caras legais, mas eles não são para você. Eu sei que você tem alguém, mas tenho medo da certeza. Ridículo não? Bom, na maioria das vezes, quando o negócio é sentimento sou ridícula, isso é um fato, mas tenho medo, fazer o que? Tornar esse fato real me impede de sonhar e me iludir, porque hoje vivo na ignorância, e sonhos e ilusão são a única coisa que tenho de você, se isso se for não terei mais nada para me fazer companhia quando você não estiver por perto.

E hoje nos meus muitos momentos de divagação, me lembrei que pedi alguém como você. Agora o que adianta, se não está disponivel? Hoje será mais uma noite que vou dormir com você no pensamento, ansiando pelo momento de te encontrar outra vez... já estou com saudades do seu sorriso...


Nenhum comentário:

O buraco no peito

Há tempos que não escrevo, assim como há tempos não sentia o que senti: o buraco no meu peito abrindo! Enquanto escrevo e me recordo da dor ...