quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Mudando um pouco de assunto...

Passei os últimos dias contando sobre o passado, porém um fato que aconteceu ontem me trouxe a necessidade de vir até aqui e desabafar. O ano mal começou, a semana mal tinha começado e no meio da manhã, depois de ter me despedido de minha mãe no centro, para voltar ao trabalho enquanto ela se dirigia a parada do ônibus para ir para casa, recebo uma ligação dela, ofegante, pedindo para eu não ficar nervosa porque ela tinha sido assaltada. Minha primeira reação foi não ter reação, apenas o coração acelerou e senti uma vontade imensa de chorar, depois de sair correndo para abraçar a minha mãe e aí fiquei racional.

Deixei que ela contasse como tinha acontecido e tentei reproduzir a cena na minha mente, mas não consegui visualizar, depois quis saber o que tinha na bolsa, para identificar quais medidas precisariam ser tomadas. Documentos pessoais, cartão do banco, talão de cheques, passagem de ônibus, chave de casa e celular, fora os receituários médicos que ela tinha acabado de apanhar na consulta que fora e o cartão do posto de saúde. Eu precisava pensar rápido e queria evitar de fazer minha mãe ir fazer o BO então pensei em tentar pelo meio eletrônico.

Bloquiei o cartão do banco, o chip do celular, busquei identificar o talonários que fora roubado. Todos a minha volta tentavam me ajudar, dando dicas do que eu precisaria fazer e numa dessas percebi que seria melhor que minha mãe fosse realmente fazer o BO. Liguei para casa e falei com meu irmão, pedi que ele a levasse lá que na saída do trabalho passaria em casa, pegaria o documento para concluir o bloqueio dos cheques.

Eu não prestei para mais nada depois disso, não conseguia me concentrar, só queria resolver logo tudo isso. E queria chorar, mas o choro não veio. No final do expediente corri para casa e antes de mais nada abracei minha mãe e mais uma vez tentei entender como tudo aconteceu, desta vez com sucesso. Apanhei o BO e comecei a saga. Banco, CDL, aproveitei e fui ao cartório e por final terminei no supermercado, uma barra de chocolate para cada era tudo que eu queria. O lado bom dessa correria foi encontrar uma amiga da faculdade que não via há muito tempo.

Quando cheguei em casa estava esgotada e mal humorada, tentando entender porque tinha que ter acontecido com a minha mãe, e logo tão perto de casa. Agora ela está amedrontada, assustada e não para de pensar em tudo isso e sinto muito raiva do ser que fez isso. Até mesmo eu que sempre fui muito desconfiada já desconfio até da minha sombra. Todo cuidado agora é pouco.

Minha noite de sono não foi das melhores, tive, alias ainda estou, com uma dor tensional que começa no pescoço, desce pelas costas e se espalha pelo ombro esquerdo. Todas as vezes que tentei mudar de posição na cama eu acordei e pela manhã não conseguia nem amarrar meu cabelo sozinha. Pensei que nem conseguiria ir a academia, mas foi até bom ter ido, ao menos descarreguei um pouco da energia negativa.

O desfecho de tudo isso, é que entre medo, raiva e preocupação, hoje pela manhã, quase chegando no terminal central me dei conta do sonho que tive, por segundos meu coração parou e lágrimas desceram por minha face, acho que pela primeira vez em tanto tempo vi seu rosto tão nítido e lembrar disso, nesse momento, me provocou uma angustia tão grande que foi como se algo dentro de mim estivesse dizendo que eu precisava dele e confesso eu queria mesmo precisar, por um minuto que fosse, se fosse para vê-lo hoje teria sido um bom dia.

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