E de repente....

Do nada, resolvo estudar um pouco, coloco o fone de ouvidos, escolho uma música e acho que tudo ficará em silêncio, que engano... sua voz aparece na minha mente e fala sem parar, para me lembrar que você ainda está no meu coração. Sim, eu estava fazendo um esforço enorme para ficar com raiva de você e de repente você me surpreende e qualquer possibilidade de ficar chateada contigo cai por terra.

A música segue e em lágrimas me vejo sonhando contigo de novo e nem se quer estou sozinha, estou no meio da praça de alimentação do shopping, fazendo de conta que estou entretida com algo quando é só um disfarce para não chorar abertamente pela saudade que estou sentindo de você, mas principalmente por saber que nada mudou.

Como é possível eu ainda estar tão apaixonada por você? Fiz vários movimentos que tinham tudo para me fazer sentir muita magoa de ti e te esquecer e aí com apenas um telefonema você me lembra do porque sinto, o que sinto ao mesmo tempo em que eu me lembro porque isso não deveria ter acontecido.

O tempo continua passando e eu continuo te gostando e sim, por algum motivo muito estranho eu gosto de gostar de você, eu me sinto viva mesmo sabendo que não sou correspondida, essa fase já passou, não posso esperar nada além da sua amizade ou compartilhamento de conhecimento, porque afinal é assim que a gente se entende.

O preço de continuar te tendo por perto é ficar em silêncio, com esse sentimento apenas para mim, é forçar que ele continue em silêncio, gritando no travesseiro imaginário dentro do meu coração, para que ninguém muito menos você escute. Sim, acontece alguma coisa, eu quero correr para alguém e contar sobre você, mas acho que estou me excedendo e como tenho muito a perder tenho que aprender a deixar esse sentimento guardadinho dentro do peito de uma vez por todas.

Preciso vivê-lo apenas na minha mente e parar de compartilhar meus devaneios, porque por mais que pudesse parecer divertido você descobrir ou desconfiar, eu não acredito nisso e acho realmente que você saber destruiria o pouco que tenho e não estou disposta a perder isso, porque por menos que seja é bom, é reconfortante e me deixa viva e firme para encarar o que vier.