segunda-feira, 3 de outubro de 2022

É amor...

 A última semana foi um turbilhão de emoções e descobertas. Tempos atrás havia refletido que não sabia dar nome ao meu sentimento, porém na última semana durante os acontecimentos do mestrado tudo ficou cristalino. Passei as primeiras 24 horas após a defesa como se estivesse anestesiada, porém esse período de letargia não impediu que minha mente buscasse outras coisas para focar, acabando por olhar por prismas diferentes algumas reações minhas. E foi assim, que o sentimento se materializou diante dos meus olhos: amor é o que sinto.

Primeiro entendi que o término do mestrado acabaria por nos afastar, que poderia faltar assunto para me aproximar e não soube lidar com a possibilidade de sua ausência em meus dias se concretizando. Depois refleti sobre os sinais que emiti. O excesso de preocupação como quando ficou doente ou quando viajou com toda aquela chuva, meu comportamento arredio ou "congelado" toda vez que me abraça, o coração disparado e o medo gigante de decepcionar, a preocupação com o que esta pensando de mim e o pior: me sentir segura quando esta por perto, tê-lo como ponto de apoio e proteção.

Comecei a reavaliar diversas situações dos últimos meses e me veio um enxurrada de coisas e foi como se estivesse olhando minhas atitudes e sentimentos "de fora". O chão sob meus pés se abriu e fui engolida por um dor persistente e conhecida, não tinha mais dúvidas: o amo! De onde veio a certeza? De tudo que já senti, esta se assemelhou àquela fatídica história com o Sie, é mais carinho, companheirismo, cuidado, preocupação, do que desejo. E me condeno por "travar" quando tenho oportunidade de tocá-lo, de retribuir carinho, mas eu sou assim, estranha, não sei de onde vem isso, mas faz parte de quem sou.

Provavelmente sempre foi amor, mas fiquei negando, desejando coisas que no final não combinam com o que estou sentindo. Se antes dizia que me contentaria com apenas uma vez, uma oportunidade para confirmar ou refutar o que eu sentia, agora sei que isso é completamente inviável, seria absurdamente doloroso ter algum tipo de experiência sabendo que não passaria disso. Meu amor não pode ser correspondido, porque meu amor não tem futuro e apesar disso, é amor. E será só meu.

Como se vive amando alguém que não pode, por diversos motivos, ser seu? Não tenho resposta para essa pergunta, mas sei que qualquer coisa que venha dele é melhor do que nada, a presença dele, estar próximo a ele ilumina meu dia, assim como ficar distante me apaga. O sentimento continuará guardado no peito, haverá dias bons e dias aonde a dor será tão grande que não saberei esconder as lágrimas. Apesar disso, o sentimento seguirá guardado a sete chaves no peito, pois não há espaço na minha vida para que ele seja revelado, mas também ainda não estou preparada para ficar sem ele. O jeito, é aprender a conviver com ele, sem deixar que me domine.


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